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Origem
O
Pequinês, cão de origem chinesa, é uma das mais
antigas raças do mundo, representada em figuras de bronze com
mais de quatro mil anos. Mas é com o início do budismo na China,
no século II, que a história do Pequinês toma realmente corpo.
A partir daí, este cão passou a simbolizar o "leão
de Buda", o seu protetor.
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O Pequinês se transformou no favorito da família imperial. O cão vivia isolado na Cidade Proibida, sem nenhum contato
com o mundo exterior. Os cães do Palácio Imperial, eram
considerados sagrados e proibidos aos
plebeus, e o roubo desses cães era punido com a morte.
Normalmente andavam junto com o Imperador ou a Imperatriz,
alguns na frente e outros atrás levando na boca a cauda
do quimono imperial. Perante um Pequinês as pessoas "comuns"
eram obrigadas a se curvar, assim como ao Imperador e
à Imperatriz.
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Sabe-se
que tanto os retratos como as qualidades dos Pequineses eram registrados
cuidadosamente no Livro Imperial dos Cães pelos
pintores e escritores encarregados desse trabalho. O próprio nome
"Pequinês" data do século XVII e esta raça atinge o
seu apogeu durante o reinado do imperador Dao-Guang (1820-1850).
Havia na cidade de Pequim, quarenta e oito canis de criação, dos
quais estavam encarregados os guardas dos haréns imperiais.
Os primeiros Pequineses
chegaram à Grã-Bretanha, em 1860, depois da queda da Dinastia
de Pequim e da destruição do Palácio de Verão Chinês pelas tropas
Inglesas e francesas. Oficiais ingleses ( Lorde John Hay, General
Dunne e Sir George Fitzroy ) levaram como presas de guerra, cinco
exemplares ainda vivos, pois centenas deles foram mortos
pela realeza chinesa antes de se suicidarem. Os chineses preferiam
matá-los a vê-los em mãos dos ocidentais.
Já
na Europa, os pequineses foram distribuídos: o General
Dunne ofereceu à rainha Vitória uma fêmea (Looty),
de cor castanho e branco. Os outros quatro foram levados
pelo Lorde John Hay, que ficou com o macho fulvo, o Schlorff,
e presenteou a duquesa de Wellington, sua irmã, com uma
fêmea (Hytien). As duas últimas fêmeas
foram dadas para a Duquesa de Richmond e Gordon que chamou
uma delas de Guh e a outra de Meh.
Estas últimas contribuíram para estabelecer a raça na
Grã-Bretanha dando origem a linha de sangue Goodwood que
foi a primeira designação dada a uma criação de pequineses.
Essa criação durou até o início do século com a contribuição
e dedicação de Lady Algernon Gordon Lennox, cunhada da
Duquesa. No entanto esses cães nunca apareceram nos pedigrees.
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O súbito
aparecimento desta raça exótica, e o apreço da rainha pela sua
fêmea, aliado a sanções comerciais impostas a China, teriam propiciado
novas importações, muitas não documentadas, que fariam o número
de exemplares aumentar rapidamente no oeste europeu. A criação
européia contou, desse modo, com os seus primeiros antepassados.
A continuação desenvolveu-se de tal modo, com tanto cuidado, que
se obtiveram exemplares de beleza inigualável.
A introdução
definitiva do Pequinês foi feita por importações posteriores,
em particular as realizadas por um comandante da marinha mercante,
Allen, que em 1893 regressou com um primeiro macho, Pekin
Peter (baio com pontas pretas) e no ano seguinte com
um casal, o Pekin Prince e a Pekin Princess,
ambos pretos. Foram estes cães uma das bases da criação britânica.
Depois, as sucessivas importações deram lugar na Inglaterra a
prestigiosas linhas, como a Brackley, a Greystone,
a Manchu ou a Alderbourne. Entre 1893 e 1900 - ano em que o major
Gwynne importou da china os dois últimos pequineses, o macho baio-escuro
Glenbrane Boxer e a fêmea Quama
- apenas uma dúzia de exemplares tiveram a seu cargo o estabelecimento
da raça no Ocidente.
O primeiro exemplar de Pequinês
a apresentar-se numa exposição foi em Chester,
1894. O ano de 1898 foi importante para a raça, pois foi quando
se redigiu o primeiro padrão do Pequinês.
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Os
ingleses criaram o primeiro Pekingese Club em
1904 e a partir desse momento a criação britânica
não parou de se desenvolver. Nas vésperas da Primeira
Guerra Mundial, o Pequinês havia terminado a sua ascensão
e alcançava um grande sucesso, tanto nos salões finos
como nas exposições. Mais tarde, em conseqüência do declínio
da criação do Pequinês na China, os altos dignitários
chineses viram-se obrigados a recorrer aos especialistas
ingleses e australianos para adquirirem novos exemplares.
Isso significa que a raça se livrou por pouco
da extinção.
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Nos
anos vinte, vários autores negaram qualquer relação entre o Pequinês
ocidental e o da antiga China. É esta, por exemplo, a opinião
de Neville Lytton, tal como a expressou no seu livro “Tod Dogs
and their Ancestors”. Segundo Lytton, o Pequinês seria
uma criação ocidental; uma interpretação moderna dos
antigos cães chineses, aos quais chama "um absurdo romântico".
Quanto aos exemplares trazidos de Pequim em 1860, dos quais descendem
as primeiras linhas britânicas, foram classificados de "cães
de refugo". Mas este ataque é muito radical para ter crédito;
apesar de ser evidente que o Pequinês era um dos múltiplos cães-miniatura
existentes na China, que tinham um focinho mais comprido, uma
silhueta mais comum e um pêlo menos abundante, também é inegável
que os criadores britânicos marcaram a raça,
principalmente no que diz respeito à pelagem e a sua morfologia
em formato de pêra (parte da frente larga, parte de trás estreita),
com as pernas da frente arqueadas. Isso não significa, ainda assim,
que este cão seja uma criação moderna ou ocidental.
O aspecto do Pequinês variou bastante
ao longo do tempo, sobretudo na pelagem, que era menos abundante,
e nos membros praticamente retos dos pequenos cães chineses, que
não pareciam baixinhos.
Também há indícios que a forma
primitiva do pequinês provavelmente seja um cão raposino
do sudeste asiático, proveniente por sua vez, como todos os da
sua raça, do cão das turfeiras. Prova disso, seria o Spaniel tibetano,
que poderia ter dado origem ao Pequinês ou o contrário. Pois o
pequinês mais antigo e o mestiço é muito parecido em estrutura,
pelagem e temperamento, com o Spaniel Tibetano.
No Brasil
No
Brasil, à partir da década de 50, a raça impulsionou-se devido
às importações de exemplares para a melhora do plantel nacional.
Nas décadas de 60 e 70, o modismo do pequinês tornou-o
o mais popular entre os cães de pequeno porte.
Em poucos anos, houve uma mestiçagem
desenfreada que o descaracterizou, deixando-os com temperamento
desequilibrado, muito nervoso e agressivo, além de ter
ficado feio, com os olhos esbugalhados e o focinho alongado.
Com as criações comerciais, que
acasalam sem critérios de qualidade, a mestiçagem da raça e a
ausência de importações, reduziu-se o número de pequineses no
fim da década de 70, chegando quase a extinguir-se no
Brasil. O Pequinês deixou uma imagem incorreta de suas
características físicas e temperamentais. No entanto, a alguns
anos, a raça vem aprimorando-se graças à criadores que importam
exemplares dos EUA, Canadá, Inglaterra e Holanda, e procuram divulgá-la
no Brasil, de modo que não haja mais a mestiçagem e o descontrole
da raça.
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